Chega a ser irônico o modo como as mudanças climáticas, em nosso planeta, consideradas como uma das maiores preocupações de nosso século, são tratadas com tanto descaso por grande parte da população mundial.

Muitas empresas agem em busca da tão falada sustentabilidade - algumas, por questões mais voltadas ao marketing que à transformação social em si. No entanto, essas iniciativas, isoladas, não são suficientes.

As economias modernas não conseguiram se desvencilhar dos lucrativos produtos descartáveis e de determinados hábitos, que acabaram se tornando sinônimo de conforto, de modo que, mesmo diante da crise de recursos naturais, qualquer opção que implique reduzir ou racionalizar algo soa como um terrível retorno ao passado.

A mídia e as campanhas ambientais exercem importante papel, transmitindo dados e advertindo sobre os problemas pelos quais o planeta passa. No entanto, esbarram em resistências culturais e econômicas.

É preciso criar uma realidade na qual toda a população ou, pelo menos, grande parte dela, se preocupe, se interesse, enfim, aja em prol de transformações ambientais positivas.

A educação deve ser usada como mola propulsora para alcançar essa meta, pois somente ela pode cumprir o papel de maior relevância na conscientização das futuras gerações. Uma vez instalada uma política educacional sólida, apareceriam resultados também sólidos, já que esta é a chave para a transformação de qualquer sociedade.

Precisamos, além dos projetos que já são realizados por iniciativas de ONGs ou instituições, que haja também uma forma de atrair mais pessoas, capaz não somente de informar as atitudes que cada indivíduo deve tomar no seu dia a dia, mas de sensibilizá-lo e criar nele a consciência de que deve tomá-las. 

Governantes, empresas e população que compreendam a importância do meio ambiente para seu crescimento - essa é a única maneira de tirar o planeta do rumo incerto que está tomando. “Quem sabe faz a hora não espera acontecer.”

Gabriel Agrelli Moreira (Campinas – SP)