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Influência dos aspectos históricos e socioculturais na escola de hoje

Desde a Grécia, cinco séculos antes de Cristo, a escola já existia. Claro que não nos moldes atuais, porém com a mesma ideia: ensinar a aprender. Passamos por diversas mudanças, desde a Idade Média, quando o clero era o grande responsável pela educação, até o ano de 1996, com o surgimento da Nova Lei de Diretrizes e Bases – 9394/96. Teoricamente, estamos na era da democracia, porém com muitos vestígios de Roma, onde a escola acontecia dentro de quatro paredes, vivendo em uma sociedade ainda baseada na hierarquia. Essa estrutura precisa ser mudada! O Brasil ainda é considerado mão de obra barata porque a educação é falha. Ainda hoje, em algumas escolas, o aspecto histórico influencia como na época dos índios, que não foram educados para serem libertos, mas sim para serem dominados. São criadas vagas nas instituições de ensino (principalmente para o ensino superior), dando um atestado de que as escolas não são capazes de dar educação de qualidade para o acesso à faculdade. Por muitos anos o planejamento das escolas foi tradicional, com ausência de vínculos. Os planos eram engavetados, professores desmotivados e trabalhos fragmentados.

Nós, educadores, devemos ter como princípio que todos devemos ocupar nossos espaços para sermos sujeitos transformadores. Não queremos uma escola de reprodução, como as que tínhamos antigamente. É necessário criar vínculos para fazer a diferença. Uma boa escola tem a força de mudar a história. 

O ensino deve ser igual para todos, porque todos são iguais. As oportunidades devem ser justas. É necessária a aceitação das diferenças entre os alunos, pois incluir significa respeitar as necessidades individuais, desenvolver as potencialidades de cada aluno e respeitar as características próprias.

A verdadeira escola do século XXI é aquela que assume riscos, busca oportunidades, oferece algo em que acredita. Ela vai à frente de seu tempo, influencia positivamente, sabe ouvir. É capaz de comemorar vitórias, valorizar o mínimo alcançado e multiplicar com sua equipe aquilo que foi bem-feito. Assim, no momento em que conflitos, posicionamentos diferentes, ideias diversificadas e divergências de pensamentos surgem, o bom senso fala mais alto e a habilidade de resolver problemas criativamente e tomar decisões eficazes se torna algo trivial na arte de educar, torna-se fácil promover o debate interno, preparar a comunidade para o desenvolvimento e para a mudança de atitudes.

Porém, de nada adianta traçar metas se a ação de planejar não for sustentada por conhecimentos prévios, baseados em uma teoria. A teoria dá veracidade ao trabalho, fortalece as bases e faz uma ponte entre a ideia de educar e a realidade que se apresenta.

O homem é um sujeito capaz de aprender. Sendo assim, é racional, com sentimentos e manifestações que se revelam de acordo com o ambiente em que vive. Porém, por si só, tem a força de poder mudar o que está ao seu redor e fazer com que a vida possa ser mais justa.

Somente uma postura dinâmica, baseada na honestidade e no amor ao próximo, será capaz de provocar grandes mudanças. Ainda temos um longo caminho a percorrer. É preciso questionar, duvidar, estranhar aquilo que nos é dado. No nosso campo de trabalho, é possível criar um processo reflexivo que mudará e mostrará novos caminhos.

O desejo de todas as famílias é que a escola não sirva para seu filho apenas como um local em que se aprendam conteúdos, mas que nessa aprendizagem estejam incluídas as palavras vida, afeto e cidadania.

Daniella Ribeiro do Vale e Silva Vieira
Supervisora pedagógica da rede municipal de ensino de Pouso Alegre - MG


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