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Voluntariado empresarial é tema de encontro da RIS

Rede de Investidores Sociais do Interior Paulista fomenta diálogo sobre investimento social privado em Campinas

 

Conectar pessoas e projetos que transformam. Foi no criativo e inspirador ambiente da weme que estiveram reunidas mais de 30 pessoas, entre representantes de empresas, fundações, institutos e organizações do terceiro setor, para falar de voluntariado empresarial. O evento mobilizou diversos atores e reuniu PhomentaAtados Make-a-Wish para compartilharem práticas de voluntariado, além de contar com a participação da Fundação FEAC e Instituto CPFL.

Uma rede lançada no segundo semestre de 2017, a RIS (Rede de Investidores Sociais) do Interior Paulista é coordenada pelas Fundações Educar DPaschoal e FEAC, apoiada pelo GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas). Mediado por Aline Rosa, assistente de Relacionamento e Articulação do GIFE, o bate-papo abordou as estratégias empresariais e das instituições para estimular a participação coletiva, os desafios para o engajamento, como gerar valor social com o voluntariado e medir impactos.

O tema Voluntariado Empresarial foi escolhido pelo próprios membros do grupo que trimestralmente se reúnem. Para Izadora Mattiello, fundadora da Phomenta, a importância do tema se deve ao grande desafio que as empresas têm para articular o voluntariado. Elas encontram obstáculos de engajamento, de demanda de colaborador que quer fazer voluntariado, mas não tem nenhum programa estruturado, às vezes não há comunicação alinhada com o RH e marketing. Então é fundamental trazer essa discussão, das maneiras de fazer voluntariado, desde ações pontuais, mão na massa, até o pro bono que ajuda na gestão das ONGs. E cada empresa pode identificar qual é o programa ideal para o momento dela”, explicou.

“O voluntariado empresarial é uma das principais portas de entrada do setor empresarial no investimento social privado. Deve ser entendido como um investimento e portanto ter intencionalidade e expectativa clara de contribuição para gerar transformação social”, destaca Leandro Pinheiro, superintendente socioeducativo da Fundação FEAC.

Com um formato dinâmico e participativo, o encontro proporcionou dois momentos, um de compartilhamento de atuação e outro de debate. Daniel Morais, Sócio Fundador da Atados, falou de aceleração social, mostrou como inspirar talentos para fazer o que a sociedade precisa e apresentou a curva de engajamento da empresas com o voluntariado, que parte do voluntariado pontual e chega até o voluntário empreendedor, que vai além e se torna uma criador de ações, gerando mais impacto. Já a Phomenta apresentou os benefícios do pro bono corporativo. E foi com brilho nos olhos que Ursula Longo, Head of Programs da Make-a-Wish Brasil, emocionou a todos com as iniciativas da instituição.

No bate-papo, o programa Cidadania Ativa da Fundação FEAC também foi apresentado, com destaque para os cerca de 300 voluntários que anualmente são mobilizados graças ao Motiva e Muvo, dois projetos que integram o portfólio do programa.  O superintendente socioeducativo da FEAC contou que para tornar o voluntário ainda mais útil nas organizações, alguns encontros do Motiva se tornaram temáticos para trabalhar a questão de repertório, desenvolvendo habilidades que permitem ampliar a contribuição. “Nós também avaliamos qual o perfil de voluntário que a entidade precisa. Desta forma, pelo menos 50% dos participantes se tornam voluntários permanentes e outra parte mais pontuais”, contou Leandro.

Mobilizar e engajar: desafios e oportunidades

Coordenadora de projetos sociais no Instituto CPFL, Andréia Ferreira lidera há cinco anos o programa de voluntariado. “É muito importante trazer esse assunto e valorizar o voluntariado corporativo porque ele está fazendo esse papel de levar o melhor para dentro das comunidades. Para mim está sendo muito bom porque eu consigo ver a história do programa Semear e posso ver essa evolução que existiu e o alinhamento com o que está acontecendo hoje, da questão do impacto social, do voluntário como agente de transformação”, relatou. Sobre a experiência de trabalho ela acrescentou que atualmente, hoje dentro do grupo, o programa Semear está crescendo. “Tem sido uma ferramenta importante para endereçar questões para nossas comunidades”, acrescentou Andréia.

A participante Rafaella Bensuaski, Analista de Responsabilidade Social no Instituto Robert Bosch, coordena o programa de voluntariado na Bosch. Para ela, os anseios e as angústias são os mesmos. “Não só os  interesses são comuns, mas a maioria encontra os mesmos obstáculos quando se trata do tema. Um dos maiores desafios, no geral, é tornar o voluntariado corporativo cada vez mais integrado, propor ações para que eles tenham mais autonomia e se sintam engajados, para que vejam valor naquilo e  alcancem o máximo, que é o voluntariado empreendedor”, relata Rafaella.

“Hoje o nosso maior desafio é engajar as pessoas. Para eles sentirem que é possível fazer o trabalho do dia a dia e ajudar o próximo”, revela Denise Castilho, Gerente Administrativa e Sustentabilidade Corporativa na MATERA Systems. Ela conta que a empresa está empenhada no trabalho de responsabilidade social e sustentabilidade corporativa. “Hoje estamos atuando numa creche com aulas de inglês e informática, nos envolvendo na adoção afetiva em escola estadual e estamos expandindo esse modelo para o nosso escritório em Maringá”, completou Denise.

O compartilhamento das experiências e promoção do diálogo inspirou, permitiu a busca por novas soluções e incentivou a disseminação de melhores práticas.  “Muitas vezes tem empresa que tem potencial para fazer investimento social privado, mas não sabe como, quem faz, não tem quem inspire para fazer. Então ela vem num encontro como este e vê que tem empresas do mesmo porte fazendo”, reconhece Karen Polaz, coordenadora de Fomento e Inovação no GIFE.

Além disso, foi um momento para identificar oportunidades e também possibilidades de atuação conjunta. “Às vezes várias empresas estão fazendo a mesma coisa, então a gente consegue se conhecer, trocar experiências, melhores práticas, encontrar sinergias em algumas ações para poder incrementar, senão em conjunto, mas levar para dentro das próprias organizações, por conta desse networking que é ativado”, disse Andréia.

Atuação local: reconhecendo potenciais

Nos últimos anos o GIFE vem fomentando uma rede de investidores sociais em outras regiões do Brasil. Karen indica que a RIS foi criada para expandir e fortalecer o trabalho regional, pois apesar da atuação nacional do Grupo, a maioria do associados ainda se concentra em São Paulo, capital.

“A gente acredita muito no interior de São Paulo porque é uma região com centros de tecnologia, diversas universidades e empreendedores, mas pouco tem se falado sobre o empreendedorismo social e negócios sociais. Fica muito ainda naquela coisa de caridade e filantropia. Então trazemos essa discussão que está muito em alta em SP, sobre tipos de investimento social e formas inovadoras de fazer o bem. A rede proporciona essa troca de experiências para fomentar mais essas iniciativas aqui na nossa região”, explica Izadora da  Phomenta.

“A rede nos ajuda a afirmar que somos investidores sociais e mostrar as oportunidades para as empresas e conseguir trazê-las para junto dos nossos projetos. Juntos conseguimos fazer muita coisa e aumentar o impacto social”, afirma, com otimismo, Flávio Eduardo Lopes, vice-presidente da área Socioeducativa da Fundação FEAC.

(Por Ariany Ferraz)

Reprodução: Fundação FEAC


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