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Encontro Educação e Participação aborda comunicação não-violenta em ambientes escolares

Evento fez parte da Semana da Educação e reuniu educadores para refletir sobre a importância de saber escutar e falar. Confira!

Como melhorar o relacionamento com as pessoas no ambiente escolar a partir da comunicação não-violenta? Este foi o desafio proposto pela dupla Yuri Haasz e Sandra Caselato em uma palestra interativa e cheia de práticas que levaram os participantes a muitas reflexões sobre relacionamentos interpessoais.

Com o tema “Comunicação facilitadora: como transformar as relações na escola?”, a 14ª edição do Encontro Educação e Participação – A escola como centro de cidadania, reuniu diversos educadores que vivenciaram práticas fundamentadas na comunicação não-violenta que facilitam as relações educativas e favorecem a criação de um ambiente escolar saudável e propício para a construção do conhecimento de forma colaborativa.

Segundo Yuri, a ideia do encontro foi pensar quais são as práticas, formas, os desafios e como se pensa a educação, além de quais as possibilidades de transformação, de revolução, em um processo de aprendizagem constante. “Comunicação não-violenta não tem nada a ver com ser bonzinho. É um processo de criar e fortalecer conexões. Neste sentido, é preciso valorizar os espaços que olham para as mudanças que ocorreram ao longo da história no processo de educação e que incluem essas construções”, explicou.

Sandra explicou ainda que para o encontro, as vivências foram aplicadas a fim de que todos pensassem na questão da comunicação no ambiente escolar, não somente entre os alunos, mas entre as equipes e toda comunidade escolar. “Trouxemos reflexões sobre o que acontece dentro de mim e de cada pessoa durante a comunicação, qual é a minha intenção, meu foco com aquela comunicação. Então se estou conectada comigo mesmo e se tenho intenção de me comunicar com outra pessoa, a comunicação flui melhor”, disse. 

Durante a palestra interativa, Yuri abordou uma perspectiva de que é preciso se conectar com a humanidade de todos os atores envolvidos no processo educacional. “É preciso ver como é possível criar mais conexões com as pessoas, ter mais empatia, mais autenticidade, e dessa maneira fazer com o que o ambiente seja condutor para processos que estão sendo criados. Assim se faz um ambiente propício para a motivação e aprendizagem, o que está totalmente relacionado com inteligência emocional e relacional: quando a gente se entende melhor emocionalmente, passa a entender melhor o outro, facilitando o relacionamento”, comentou.

Dinâmica

Divididos em duplas ou grupos, os participantes toparam o desafio de praticar, por meio de alguns exercícios, a comunicação não-violenta e exploraram o campo da escuta, suas dimensões e como o mundo se revela quando nos damos conta que outras dimensões são acessíveis para as pessoas. A intenção foi praticar uma comunicação construtiva que pode ser utilizada no dia a dia.

“Este assunto é importante e tem a ver com o momento que estamos vivendo. O mais interessante foi experimentar as dinâmicas. Esse aprendizado vou levar para meu ambiente de trabalho e tentar multiplicar, principalmente sobre o que foi dito sobre a importância de saber ouvir e falar. É algo que levamos para a nossa vida”, disse Wanda Maria Braga Barros, supervisora educacional na Prefeitura Municipal de Campinas.

Para Luciene Aparecida Gastão, diretora educacional, a palestra interativa foi uma inspiração para uma transformação pessoal. “A partir do momento que conseguimos nos transformar e repensar nossas ações, podemos transformar a escola.  Dessa forma é possível construir uma sociedade melhor e ajudar a transformar os jovens que estão nas escolas, ajudando com que eles enxerguem que é possível mudar, alcançar e que existe um futuro promissor”, concluiu. 

Cláudia Chebabi, líder do programa Educação da Fundação FEAC, chamou a atenção para a falta de comunicação que pode favorecer a hostilidade do ambiente escolar e que, consequentemente, não favorece a convivência e onde a comunicação não-violenta pode atuar para a criação de um cenário mais saudável e propício para a aprendizagem.

“Tivemos a oportunidade de experimentar uma comunicação empática por meio dos exercícios propostos. Fomos convidados a nos comunicar de forma atenta e presente, cuidando para que não houvesse julgamentos, antecipações ou conclusões do que o outro estava comunicando. Esse é um exercício necessário dentro da escola e também para a vida”, avaliou Cláudia.

Em sua fala, Luis Norberto Pascoal, presidente da Fundação Educar DPaschoal e presidente do Conselho Curador a Fundação FEAC, também ressaltou a importância de se discutir, se comunicar e investir no protagonismo juvenil. “Tanto a Semana da Educação quanto este evento são sonhos que criamos com o objetivo de ter uma sociedade que seja politicamente e economicamente melhor, e que possibilite que os jovens encontrem seus projetos de vida com a ajuda de suas comunidades e escolas, e que sempre seja possível refletir e atuar em um mundo que anda problemático”, falou.

Educação e participação

O Encontro Educação e Participação – A Escola como Centro de Cidadania é realizado pela Fundação Educar DPaschoal e há dois anos integra a programação da Semana da Educação. O objetivo do evento é fortalecer e promover um espaço de aprendizagem para educadores. Desde sua criação em 2006, mais de 1000 professores já participaram dos encontros e tiveram a oportunidade de agregar conhecimento e potencializar as suas ações do dia a dia escolar.

Semana da Educação

Com 26 atividades gratuitas entre palestras, oficinas, exposições, mesas redondas, apresentações culturais e outras, a 9ª Semana da Educação de Campinas aconteceu de 22 a 29 de setembro em vários pontos da cidade. O tema da edição 2018 do calendário de eventos foi “Conectar educação, superar desafios”, pensando nas múltiplas conexões que a educação faz com áreas como economia, saúde, segurança e cidadania, contribuindo para a transformação de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

A Semana da Educação é um projeto do Programa Educação da Fundação FEAC. A iniciativa pretende mobilizar a sociedade para o debate sobre os diversos temas da educação energizá-la em prol de uma educação pública cada vez melhor.

A edição 2018 da Semana da Educação tem patrocínios da Fundação Educar DPaschoal e Iguatemi Campinas.

(Por Ingrid Vogl)

Reprodução: Fundação FEAC

Fotos: Ricardo Lima


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