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Projeto propõe a jovens em acolhimento protagonismo e transformação da realidade

Formar jovens que sejam capazes de gerar transformações. Assim é o projeto “Academia Educar” da Fundação Educar DPaschoal que numa versão inédita, em parceria com a Fundação FEAC, visa propiciar a adolescente entre 13 e 15 anos, em acolhimento institucional, formação e desenvolvimento integral com foco no protagonismo juvenil, cidadania e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais.

Para dar início ao projeto, cerca de 30 adolescentes acolhidos pelas instituições AEDHA, Casa Betel, Lar da Criança Feliz, UNIASEC e Aldeias Infantis participaram de um encontro no qual foi explicado toda a dinâmica da iniciativa. As informações e esclarecimentos foram feitos por outros jovens que já participaram da Academia Educar e que serão monitores dessa nova turma.

Ao longo do ano, os adolescentes irão participar de uma série de atividades que estimulam o aprendizado e as habilidades socioemocionais, por meio de projetos e desafios. Com base nos 4 pilares da educação estabelecidos pela UNESCO: Aprender a Ser, Aprender a Conviver, Aprender a Aprender e Aprender a Fazer, os encontros criam oportunidades para que os jovens descubram o seu potencial, tornando-os capazes de transformar a sua realidade.

De acordo com a Cristiane Stefanelli, coordenadora de projetos para o Protagonismo da Fundação Educar DPaschoal, o protagonismo juvenil, bem como a cidadania, são as ferramentas utilizadas com os jovens. “Trabalhamos há 30 anos com adolescentes de escolas públicas e esta é a primeira vez que vamos atuar com instituições de acolhimento institucional. Sabemos o quanto o protagonismo é transformador, então acreditamos que isso será uma ferramenta potente para que esses jovens construam seus projetos de vida, participem de suas escolas e que sejam agentes de transformação”, contou.

Para Ana Lídia Puccini, líder do Programa Acolhimento Afetivo da Fundação FEAC, a proposta de parceria com a Fundação Educar DPaschoal vem ao encontro do que se pretende com o programa: ações que impactam diretamente na vida das crianças e adolescentes acolhidos, favorecendo seu bem-estar emocional, ampliando seu repertório e os preparando para as demais etapas de suas vidas.

Fazendo a diferença

Durante todo o ano, a proposta é que os adolescentes exercitem o autoconhecimento e desenvolvam suas habilidades. Para isso são desenvolvidos o pensamento crítico, a autonomia, a criatividade e o crescimento de conhecimentos.

“Não queremos concorrer com o aprendizado escolar, mas sim estimular a curiosidade dos adolescentes”, explicou Cristiane.

Durante todo o projeto, os adolescentes também passarão por momentos de autoconhecimento, autorregulação, desenvolvimento da sensibilidade, responsabilidade e senso ético. “Sabemos que muitas vezes o jovem pode ser explosivo e excessivamente sincero. Aqui vamos trabalhar para que eles saibam se controlar, mas sem perder a autenticidade”, contou Cristiane.

Durante a apresentação do projeto, os monitores da Academia Educar explicaram o processo que eles mesmos passaram no último ano. “Muita coisa boa está por vir e acredito que vai ser muito importante esse aprendizado. São conhecimentos que levamos para a vida”, explicaram as monitoras Erica dos Santos de Jesus e Beatriz de Araújo, de 16 anos.

“Este ano é muito importante porque aprendemos a liderar e ser liderado, a tomar decisões em conjunto e muito mais. São habilidades necessárias para que o protagonista escreva sua história e transforme sua realidade”, contaram os monitores Henrique Bazzoti, 16, e Esthaefani Araujo, 14 anos.

“Estamos ansiosos para começar a monitorar porque vamos encarar uma nova realidade e o mais interessante é que falamos a mesma língua, de jovem para jovem”, completou Giovana Marques, 14 anos.

Para os adolescentes que estão do outro lado, a ansiedade é a mesma. “Acho que vai ser muito bom participar do projeto porque é uma chance para que nós possamos mudar. Eu preciso me controlar em diversos aspectos e acredito que preciso disso para me desenvolver”, contou K.S, 15 anos, do Convívio Aparecida.

“Eu estou realmente disposta a mudar a minha vida e percebi que este projeto vale a pena. Nem sempre temos oportunidade e eu sei que preciso de algo melhor para a minha vida. Perdi minha mãe quando tinha 11 anos e quero essa transformação”, falou a pequena M. I.S., 13 anos, também do Convívio Aparecida.

Lindalva Carvalho, pedagoga das Casas Lares da AEDHA acredita que participar da Academia Educar será uma oportunidade para que os adolescentes ampliem seus conhecimentos e sejam de fato protagonistas de suas vidas. “Eles também terão a chance de conhecer pessoas, práticas e trocar informação. E, além disso, irão transitar por outros espaços e se apropriar da cidade em que vivem”, falou.

“A proposta desse projeto é enriquecedora para esses adolescentes que estão institucionalizados, para que possam se sentir donos de suas próprias histórias. É essencial que eles tenham opções e conheçam o mundo a partir de vivências, pois é assim que serão jovens protagonistas”, completou a pedagoga da Casa Betel Palomares Rosa.

(Por Laura Gonçalves Sucena)

Reprodução: Fundação FEAC 


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