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Luciene Tognetta defende mudanças na escola para responder a desafios atuais em encontro do CCE

 
O mundo do século 21 é outro, antigos paradigmas estão sendo questionados e substituídos, as crianças mudaram e a escola também demanda transformações urgentes para responder aos desafios atuais. 
 
A posição foi defendida na noite desta quinta-feira, 15 de outubro, no auditório da Fundação FEAC, pela professora Dra.Luciene Tognetta. Ela foi a conferencista no oitavo e último Encontro Mensal do Compromisso Campinas pela Educação (CCE) de 2015. 
 
Realizado no Dia do Professor, o Encontro Mensal também foi uma oportunidade de homenagear a todos os educadores. Foi o momento, igualmente, para a apresentação, em primeira mão, do filme publicitário que divulga a 6ª Semana da Educação de Campinas, iniciativa da FEAC, no âmbito do CCE, e que acontece entre 09 e 13 de novembro em vários espaços. Na oportunidade, foi também mostrado ao público presente o site da Semana que, já no ar, traz a programação completa de 15 eventos dedicados a causa e tema Educação, especialmente com foco na Valorização da Escola. Os interessados devem conferir a agenda da Semana no site www.semanadaeducacao.org.br 
 
Uma nova escola - Luciene Tognetta falou sobre “O valor da escola para que a convivência seja ética”, tema em sintonia com a bandeira do CCE para 2015, que é a Valorização da Escola. A conferencista possui graduação em Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Salesiano, mestrado em Educação pela Unicamp e doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP/SP e doutorado pela Universidade de Genebra. Possui ainda pós doutorado pela Universidade do Minho de Portugal.
 
Para a professora Luciene Tognetta, há urgência nas mudanças para que a escola esteja mais preparada para responder aos desafios contemporâneos, como em termos de adequação às novas tecnologias da informação e comunicação. “As crianças têm hoje muita informação. Se a escola não estiver preparada, ela pode ser geradora de tédio”, advertiu.
 
A educadora entende que a escola continua sendo fundamental como território de ensino e aprendizagem. “Há um excesso de informação circulando, o professor pode ser um indutor, ajudando o aluno a organizar essas informações, na direção da geração do conhecimento”, destacou.
Para ela a escola também tem um papel determinante na formação e compartilhamento de valores, na linha da construção de uma existência ética. “A família tem uma função essencial, mas a escola não pode abrir mão de também exercer esse papel”, assinalou.
 
Neste sentido são muitos os desafios para a escola ser um alicerce da convivência ética, destacou. Luciene citou o exemplo do respeito às regras de convivência. “Muitas vezes o professor quer o respeito à regra em função da autoridade que ele exerce, e não pelo que a regra significa. Se o aluno não entender o espírito da regra, este é o primeiro passo para burlá-la”, comentou.
 
O grande avanço que a escola pode dar, em termos de contribuição para a convivência ética, assinalou, é quando ela, no seu conjunto, utiliza estratégias para que o aluno caminhe na direção da autorregulação. “A autorregulação significa o exercício da autonomia pelo aluno”, destacou.
 
Outro ponto que a educadora evidenciou foi com relação aos conflitos inevitáveis dentro de uma escola. “A escola e o professor, às vezes perdem grande oportunidade de utilizar os conflitos para favorecer a convivência ética. Os conflitos são a oportunidade para o aluno fortalecer a sua autonomia, e portanto a autorregulação”, salientou.
 
Luciene Tognetta observou que alguns países, como a Espanha, a Noruega, a Finlândia e outros que têm se destacado no campo educacional, estão dando passos importantes para melhor preparar a escola como terreno de favorecimento da convivência ética. O que esses países têm em comum, acrescentou, é que a escola procura realizar um diagnóstico do seu clima interno, ouvindo-se todos os seus atores – gestores, educadores, alunos, funcionários, família, comunidade – de modo que sejam identificados os principais desafios e como podem ser equacionados no cotidiano. “Se os alunos participam da definição de regras, de como será a convivência interna, se é incentivado o seu protagonismo, eles entendem e serão os seus primeiros defensores”, avisou.
 
Educadores presentes ao evento enfatizaram a relevância da discussão. “Discutir ética hoje é fundamental, a escola tem um grande papel nessa área”, ressaltou Antonio Admir Schiavo, dirigente da Diretoria Regional Campinas Oeste, da rede estadual. 
 
A professora Jaqueline Salione Silveira, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Prof. Luiz Gonzaga Horta Lisboa, lembrou que ética é um dos temas transversais, estipulados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). “A questão ética é discutida a todo momento em nossa escola e estimulamos ampla participação dos alunos”, relatou.     
 
Este foi o último Encontro Mensal da série de 2015, que trouxe mensalmente temas relevantes e atuais sobre a educação em Campinas e no Brasil. A partir de agora, as atenções da equipe do CCE se voltam para a realização da 6ª Semana da Educação, que trará eventos diversificados e ricos em reflexões e compartilhamento de saberes para educadores, especialistas e a comunidade em geral entre os dias 09 e 13 de novembro.     
 
O Compromisso Campinas pela Educação foi lançado em 2007, sob liderança da Fundação FEAC, com o propósito de mobilizar a sociedade civil a fim de chamar a atenção para a causa e o tema Educação, evidenciando dados, promovendo estudos, discussões e debates acerca da qualificação da educação, especialmente na cidade de Campinas (SP).
 
Mais informações: (19) 3794 3512 ou compromissocampinas@feac.org.br 


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